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terça-feira, 4 de abril de 2017

Para FUP, venda de fatia do pré-sal é "crime de lesa-pátria"

Em nota publicada em seu site, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) classifica como “crime de lesa-pátria” a aprovação da venda de 22,5% da área exploratória de Iara, no pré-sal da Bacia de Santos, à Total. “A gestão Pedro Parente deu de mãos beijadas à petrolífera francesa um tesouro de 675 milhões de barris de petróleo”.


Segundo os petroleiros, a Petrobras entrega à Total um patrimônio de US$ 33,7 bilhões por menos de 6% deste valor. "O tal acordo de colaboração é praticamente um negócio de pai pra filho", escreve a FUP.

A federação avalia que é "no mínimo suspeito"que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) tenha aprovado a venda, que a os petroleiros consideram "uma negociata" "escancarada". De acordo com a FUP, enquanto o mundo inteiro está em busca de novas reservas de energia, "o nosso Pré-Sal é entregue a preço de banana, com o aval dos órgãos regulamentadores". 

Leia a íntegra da nota:


O Parente é da Total.

Ao aprovar sem restrições nesta segunda-feira, 03/04, a venda de 22,5% da área exploratória de Iara, no Pré-Sal da Bacia de Santos, que a Petrobrás celebrou com a Total, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) oficializa mais um crime de lesa-pátria. Através de um acordo de colaboração assinado em 28 de fevereiro e batizado ironicamente de Aliança Estratégica, a gestão Pedro Parente deu de mãos beijadas à petrolífera francesa um tesouro de 675 milhões de barris de petróleo (o bloco todo tem reservas provadas de três bilhões de barris).

Trata-se de um patrimônio de 33,7 bilhões de dólares (levando em conta o preço atual do barril de petróleo), entregue à multinacional por menos de 6% deste valor. O tal acordo de colaboração é praticamente um negócio de pai pra filho. Por 2,2 bilhões de dólares, a Total abocanhou não só uma fatia considerável de Iara, como também se apropriará de 35% do campo de Lapa, cujo ativo já havia sido depreciado em R$ 1,238 bilhões, para facilitar a sua venda. Também foram entregues à petrolífera francesa 50% da Termobahia, incluindo duas termoelétricas e o acesso ao terminal de regaseificação.

Os valores negociados com a Total, além de estarem muito abaixo dos preços de mercado, ainda serão pagos de forma escalonada: US$ 1,6 bi à vista e o restante em suaves prestações. Além disso, a multinacional se beneficiará de toda infraestrutura e logística já desenvolvidas pela Petrobrás, o que reduzirá significativamente os seus custos.

Não é à toa que o acordo de colaboração feito por Pedro Parente foi celebrado efusivamente pelos investidores franceses. Analistas de mercado chegaram a calcular que a Total aumentará em 1 bilhão de barris de petróleo as suas reservas ao se apropriar destas duas áreas do Pré-Sal brasileiro. Tudo isso a um custo estimado entre US$ 1,75 e US$ 2,4 o barril, segundo divulgou a imprensa francesa na época do fechamento do acordo.

É no mínimo suspeito o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovar uma negociata tão escancarada como esta. Enquanto o mundo inteiro está em busca de novas reservas de energia, o nosso Pré-Sal é entregue a preço de banana, com o aval dos órgãos regulamentadores. 

Federação Única dos Petroleiros

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